
"Movimentos de um visionário" 70x60 cm óleo sobre tela 2008
(Viagem irracional ao passado ao equilíbrio e à contenção da vertigem).
(Viagem irracional ao passado ao equilíbrio e à contenção da vertigem).
(imagem irracional, persistente, do mal amado, do pequeno assassino, do filho da grande prostituta).
(Minúsculos os amantes, perante a dimensão e grandiosidade da sua paixão... "interpretação aleatória após a execução da obra").
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Hélio Domingues da Cunha nasceu na Penha de França em Lisboa.
1980 - Inicia em Inglaterra estudos e experiências no domínio das artes plásticas. 1982 - 1º Prémio em pintura nas Comemorações do Centenário das Telecomunicações. 1986 - O Mito e a Máscara, Sociedade Nacional de Belas Artes; colecção do Walsall Metropolitan Museum em Inglaterra. 1987 - Colecção da Sociedade Martins Sarmento, Guimarães; colecção do Museu Condes de Castro Guimarães, Cascais. 1988 - O Crepúsculo dos Mitos, Galeria Municipal de Sintra; colecção do Museu de Arte de Macau, Republica Popular da China. 1989 - Colecção do Museu do Chiado; colecção do Museu Estadual do Recife, Brasil. 1990 - Gineceu, Galeria da Junta de Turismo da Costa do Estoril. 1991 - O Abismo do Paraíso, Galeria Diário de Notícias. 1992 - Voz Placentária, Galeria Municipal da Amadora; Galeria do Casino Estoril. 1993 - “Exposed”, Walsall Art Gallery, Inglaterra; “Criarte”, Centro Cultural de Belém. 1994 - Sede da Caixa Geral de Depósitos; Bienal de Sabugal e Ciudad Rodrigo; Um filme sobre a sua obra, realizado por Álvaro Queirós, figura nos arquivos do ANIM (Cinemateca Portuguesa) 1996 - Homenagem a Artur Bual, Galeria Municipal da Amadora. 1998 - Salão Nobre da Alfandega do Porto. 1999 - Arcata, Alfa Laval Art Association, Lund, Suécia; Galeria de Exposições Temporárias do Centro Cultural de Belém; “50 Anos de Pintura e Escultura em Portugal”, Palácio Foz; colecção da Fundação Oriente. 2000 - Dorian Gray e Outras Pinturas, Centro UNESCO do Porto; Galeria Iosephus; colecção da Fundação Eng. António de Almeida. 2001 - Museu da Água, Lisboa. 2004 - Les Amants Tristes, Convento de S. José, Lagoa; Paradisaea Raggiana, Centro de Arte Contemporânea da Amadora; II Feira de Arte Contemporânea, Centro de Congressos do Estoril; Paço da Cultura da Guarda. 2006 - Membro do júri de selecção do Prémio de Pintura e Escultura Artur Bual. 2007 - A Idade de Ouro, Galeria de Arte Moderna, Sociedade Nacional de Belas-Artes; Homenagem a Cruzeiro Seixas, Galeria Municipal da Amadora; MAC, Movimento Arte Contemporânea. 2008 - A Sonâmbula e outras Pinturas, Câmara Municipal de Lisboa, Edifício Central; Homenagem a António Inverno, Galeria Municipal de Aljezur; colecção da Fundação Cupertino de Miranda.
A representação dos símbolos predomina através dos quadros de Hélio Cunha, que se fixa no mistério da sabedoria oculta, no enigma do ser, nas conexões do sagrado com o quotidiano. Todavia, Hélio Cunha alarga o campo de investigação plástica, no jogo de figuras, sinais e energias cromáticas, aos fundamentos que deram razão de ser ao mundo antigo e se mantiveram, sob outras formas e esquemas conceptuais, em sucessivos quadros de civilização e cultura.
António Valdemar
A cor é tratada por este artista dentro de um critério estético perfeitamente semelhante àquele com que determinados instrumentadores ou orquestradores encaram o fenómeno do timbre que muitos apontam, e penso que bem, como a equivalência sonora da cor.
Foi percorrendo esse caminho que não tive dúvidas em considerar que estamos perante um notável Artista, e contador de histórias, cujo melhor conhecimento a todos enriquecerá.
António Victorino de AlmeidaMudando os processos, codificando a linguagem ou graduando a intensidade e o rigor das mensagens, Hélio Cunha recorre ao surrealismo simbólico para nos transmitir, em plenitude, a força e a determinação da sua autenticidade.
Edgardo Xavier
O Hélio tem essa vertente de abarcar os poetas, os símbolos da grande clausura até ao infinito.
Eduardo Nascimento
Em cenários de luz e sombra, a perspectiva define e indefine a diferença de escala porque, quantas vezes, o que está longe, sendo pequeno, se torna subitamente grande, e o que está perto, sendo grande, se torna pequeno. Neste jogo de ambiguidades, aparentemente contraditórias, o pintor é exímio a desafiar a lógica das proporções.
Neste teatro imaginário, os objectos-personagens, esculpidos em pedra, em metal e em vidro, apropriam-se do espaço envolvente, como peças de um puzzle enigmático, que aceita todas as combinatórias e alternativas, em diferentes contextos, que a rigorosa e quase obsessiva determinação do autor proporciona, numa constante relação com o carácter imprevisível da lei do acaso, que o sonho acentua e enaltece.
Eurico Gonçalves
Hélio Cunha tem também a seu favor a cor, energia cromática que reitera o seu mundo enquanto esfera, hermético, onde o antigo combina com o futuro, com valores do imaginário, com o visível e o que podemos vir a saber captar.
O Artista fixa-se no indecifrável mistério do Cosmo, onde a mulher tem um papel primordial para desvendar o enigma do ser nas conexões do sagrado com o profano, do sagrado com o quotidiano.
Margarida Botelho
A aventura poética é total, ou não existe.
A arte viva é o código dos códigos, é ela que os funda e as suas obras resistem mais do que eles.
É consolador penetrar no processo mágico, passar, não apenas a sonhar, mas a fazer sonhar.
Rui Mário Gonçalves
O grande acto é o de acrescentar mistério ao mistério. Sem mistério morreríamos de sufocação. O que exijo vai para além da imaginação, é a memória multissecular, a memória cósmica. A verdade é que não se pode olhar uma destas telas sem reagir. É tão excessiva a força das imagens, que por vezes se aniquilam entre si. Esta forma de lucidez leva à desesperança e à revolta; caminhamos para a tensa linha do horizonte, sempre em fuga. Há que tomar em conta esta obra obsessiva, como há que tomar em conta a sua perfeita execução técnica. A soma destes elementos não pode deixar de ser notada, trazendo-nos à memória o espaço imenso da floresta surrealista.
Resta-me felicitar Hélio Cunha, na minha posição clara de não crítico nem ensaista. Evidente se torna que é um erro ocultar esta já extensa e significativa obra; o tempo tem o vai-e-vem das marés, levando e trazendo, ocultando e redescobrindo obras que, pelo menos, são um comovente documento humano.Cruzeiro Seixas
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