Tenho verificado que nos últimos dez anos têm aparecido muitos artistas jovens e menos jovens, mas que as obras que mostram nas exposições, uma grande parte delas carecem do meu ponto de vista, de criatividade e qualidade.
Hoje em dia toda a gente é artista, no entanto grande parte dos trabalhos apresentados, têm as mesmas características estéticas, sem motivos de interesse especial na sua temática, nota-se uma falta de conhecimentos a nível técnico, não falando do valor que lhes atribuem.
Segundo um estudo recente nos E.U.A., diz que existe um défice de criatividade junto dos jovens. Se isto acontece nesse país, de certo que nos outros o resultado será o mesmo.
Todos sabemos também, da falta de valores sociais e humanos que existem actualmente. Associando essa falta de valores à falta de criatividade, podemos ver bem o mundo em que vivemos.
É por todas estas e outras razões e não só, que decidi criar a Utopia, no sentido de incentivar os artistas jovens à criatividade, julgo que numa arte com características de Arte Fantástica Contemporânea, se consegue desenvolver melhor a criatividade.
Porque é necessário pensar, analisar e estudar a obra a que nos propomos fazer. É necessário puxar pela imaginação. Sonhar acordado. Criar mentalmente o objectivo final.
Fazer com que a obra produza no observador uma maior atenção, que ele seja obrigado também a pensar, a interrogar-se ou que sinta alguma perturbação, não importa o quê, mas que não haja indiferença.
Ao contrário da arte objectiva, que basta representar o que existe ou na arte conceptual, onde só o conceito interessa. Tal como muitas outras expressões onde o observador olha e passa sem ter algo que o prenda à obra, porque é fria, indiferente, não tem algo que possa perturbar ou chamar à atenção, onde a temática é a banalidade ou então o que está representado é totalmente vazio de tudo.
Por outro lado também vejo, que a arte que se fazia há vinte anos atrás ou mais, continua a fazer-se da mesma maneira, como que em círculos contínuos e a repetirem-se continuamente as mesmas coisas.
Com a Utopia, gostava que alguma alteração fosse feita na criatividade artística, porque também observo que a tecnologia está a competir com a arte, produzindo este fenómeno da falta de criatividade artística.
É necessário que o público volte de novo às exposições, que tenha motivos para apreciar a obra de arte e acredite num futuro artístico mais criativo.
domingo, 9 de março de 2008
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